Romanitas - Revista de Estudos Grecolatinos
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<p><em>Romanitas – Revista de Estudos Grecolatinos</em> nasce, a princípio, de uma constatação: a visível carência, no Brasil, de periódicos de natureza interdisciplinar comprometidos com a divulgação da produção intelectual em torno das sociedades grega e romana, realidade em agudo contraste com o aumento do interesse despertado, nas últimas décadas, pelos Estudos Clássicos, como é possível concluir com base no número crescente de pesquisadores envolvidos, em todos os níveis de formação acadêmica, com projetos de investigação sobre o passado de Grécia e Roma, o que motivou a equipe do Laboratório de Estudos sobre o Império Romano/seção ES, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a fundar o periódico.</p>Portal de Periódicos da Ufespt-BRRomanitas - Revista de Estudos Grecolatinos2318-9304<p>a. Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação.</p> <p>b. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.</p> <p>c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após a primeira publicação pela revista, com os devidos créditos.</p> <p>d. Os textos da revista estão licenciados com uma <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt-br" target="_blank" rel="noopener">Licença CC BY 4.0 Deed Atribuição 4.0 Internacional</a> (CC BY).</p>O conhecimento geográfico das camadas sociais não letradas em Atenas e Roma (sécs. V a.C. – II d.C.)
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/41969
<p>O livro <em>Illiterate Geography in Classical Athens and Rome</em>, de Daniela Dueck (2021), preenche uma lacuna na historiografia acerca da Geografia antiga, pois, além de elencar fontes de natureza não textual, volta o olhar para as camadas sociais iletradas, buscando identificar a maneira pela qual o conhecimento geográfico foi produzido e divulgado entre aqueles que não tiveram o privilégio de estudar. Portanto, a obra cumpre um importante papel de deslocar o foco dos textos produzidos pela elite letrada, exaustivamente explorados pela historiografia, propondo um olhar voltado para as massas. Dessa maneira, indicamos a leitura do livro àqueles que se interessam por compreender a relação dos gregos e romanos – letrados e iletrados – com a Geografia.</p>Guilherme de Aquino Silva
Copyright (c) 2023 Guilherme de Aquino Silva
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2023-12-312023-12-312228729410.29327/2345891.11.22-16Uma perspectiva histórica da religião urbana
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/42005
<p><em>Religião urbana: uma abordagem histórica é</em> uma obra que busca olhar com novas perspectivas para as religiões e o ambiente urbano. Sua disponibilidade em língua portuguesa oferece, de tal modo, uma oportunidade valiosa para pesquisadores brasileiros e lusófonos refletirem sobre aspectos religiosos e cotidianos das cidades antigas no Mediterrâneo.</p>Gabriela Rodrigues Marques de Oliveira
Copyright (c) 2023 Gabriela Rodrigues Marques de Oliveira
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2023-12-312023-12-312229330010.29327/2345891.11.22-17Sobre a materialidade textual, a transmissão e a atribuição de um fragmento do 'Alcibíades' de Ésquines Socrático
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/42656
<p>Este artigo pretende demonstrar como se correlacionam indicações diversas na atribuição de um fragmento a um autor e obra, partindo de um exemplo presente no <em>Alcibíades</em> de Ésquines de Esfeto, o Socrático. Para isso cobriremos o testemunho presente em Élio Aristides, no qual as anotações paratextuais em seus manuscritos indicam que se trata de uma citação, bem como há um escólio que identifica a obra e o autor da citação, sendo corroborado por uma frase isolada utilizada por Prisciano e pela indicação de Herodiano e Querobosco, além de fragmentos do papiro de Oxirrinco que apresentam uma indiscutível semelhança textual. Ademais, será apresentada a descrição do contexto de transmissão dos manuscritos de Élio e suas edições críticas, além das edições modernas e contemporâneas que recolheram os fragmentos de Ésquines, bem como serão discutidos alguns aspectos editorais dessas fontes textuais.</p>Carlos Augusto de Oliveira Carvalhar
Copyright (c) 2023 Carlos Augusto de Oliveira Carvalhar
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2023-12-312023-12-312223525610.29327/2345891.11.22-13Fronteiras do cristianismo em Alexandria
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/42016
<p>O final do século II d.C. assistiu a um dos primeiros debates entre bispos cristãos de diferentes partes do Mediterrâneo acerca de um mesmo tema. Ainda que se restringindo a uma discussão por cartas, a querela acerca da datação da Páscoa cristã em contraposição à festa judaica costuma ser apontada como um exemplo da diversidade e do confronto entre grupos sociais que, em tese, partilhavam de uma mesma tendência cristã. Pouco notada, no entanto, é a escassez de informações acerca da participação dos cristãos de Alexandria nesse debate. O presente artigo sugere que tal escassez não é casual, mas sim reveladora de como as relações sociais internas aos grupos cristãos de Alexandria se davam de forma diversa em comparação com centros urbanos de outras regiões do Império Romano no mesmo período. Para isso, utilizaremos como principal fonte a <em>História Eclesiástica</em>, de Eusébio de Cesareia.</p>Pedro Luís de Toledo Piza
Copyright (c) 2023 Pedro Luís de Toledo Piza
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2023-12-312023-12-312225727410.29327/2345891.11.22-14Ritos funerários egípcios e as máscaras do Fayum
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/41938
<p>As tradições funerárias do antigo Egito são intrinsecamente ligadas à crença na vida após a morte e à preservação do corpo para a jornada para o além. Ao longo de milênios, os egípcios desenvolveram elaborados rituais funerários e práticas para honrar os falecidos e assegurar uma transição bem-sucedida para a vida após a morte. Um dos aspectos mais notáveis desses ritos é a arte funerária, que inclui as misteriosas e fascinantes máscaras do Fayum. Estas, descobertas na região do Fayum, revelam uma prática singular de preservação e devoção aos mortos, destacando-se como expressões artísticas e testemunhos culturais únicos que transcendem o tempo. O presente artigo tem como objetivo apresentar uma análise sobre esses retratos funerários egípcios e seu contexto de produção. Acreditamos que as máscaras de Fayum revelam as complexidades dos ritos funerários egípcios e representam um importante artefato no mundo do Além. Do ponto de vista dos falecidos, as peças eram pensadas e projetadas na perspectiva de um futuro, abrindo caminho de maneira mais rápida para a outra vida, como uma espécie de passaporte para identificar a alma do indivíduo no trajeto de sua última e mais importante viagem.</p>Maura Regina Petruski
Copyright (c) 2023 Maura Petruski
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2023-12-312023-12-312227528510.29327/2345891.11.22-15Apresentação
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/43504
<p>Inserido nas discussões apresentadas acima, o presente dossiê, intitulado “Cidade, território e materialidade no Mundo Antigo”, volta-se para as narrativas e usos dos espaços. Com o propósito de iluminar diferentes aspectos da materialidade no Mundo Antigo e na Antiguidade Tardia, apresentamos artigos e resenhas que abordam particularidades sobre as mais diversas cidades antigas, sob a perspectiva de historiadores e arqueólogos. Isso inclui questões de cunho historiográfico, cultural, político, religioso e social, sem perder de vista a importância da espacialidade na compreensão do cotidiano de indivíduos e grupos inseridos no modus vivendi das sociedades urbanas. Em face do exposto, este dossiê de <em>Romanitas - Revista de Estudos Greco-latinos</em> volta-se para uma tendência atual que combina concepções e métodos provenientes da História Urbana, da Arqueologia Clássica, da Geografia, da Arquitetura e da Sociologia, com o intuito de abordar de maneira plural e interdisciplinar esses ricos espaços que são as cidades, que de forma alguma devem ser pensados e tratados como estáticos e indeléveis.</p>João Carlos Furlani
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2024-01-162024-01-162271110.29327/2345891.11.22-1The ancient city between Archaeology and History
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/43505
<p>Interview with Rebecca Jane Sweetman, a renowned Irish researcher specializing in the archaeology of Roman Greece and Late Antiquity. Currently, she holds the position of Professor of Ancient History and Archaeology at the University of St Andrews, where she previously led the School of Classics. In September 2022, she assumed the role of Director of the British School at Athens, having previously served as Assistant Director from 2000 to 2003.</p>Rebecca SweetmanJoão Carlos Furlani
Copyright (c) 2023 Rebecca Sweetman, João Carlos Furlani
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2023-12-312023-12-3122121910.29327/2345891.11.22-2A cidade antiga entre a Arqueologia e a História
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<p>Entrevista com Rebecca Jane Sweetman, uma renomada pesquisadora irlandesa especializada na Arqueologia da Grécia romana e na Antiguidade Tardia. Atualmente, ocupa o cargo de professora de História Antiga e Arqueologia na Universidade de St. Andrews, onde anteriormente liderou a Escola de Clássicos. Em setembro de 2022, assumiu a direção da Escola Britânica de Atenas, tendo previamente exercido o cargo de diretora assistente entre 2000 e 2003.</p>Rebecca SweetmanJoão Carlos Furlani
Copyright (c) 2023 João Carlos Furlani; Rebecca Sweetman
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2023-12-312023-12-3122202710.29327/2345891.11.22-3Tel Dor, cidade portuária de múltiplas ocupações
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/42458
<p>Tel Dor, um extenso monte na costa mediterrânica de Israel, atualmente designado como Parque Nacional, destaca-se ao longo de sua existência pela presença portuária, tornando-se uma cidade litorânea dinâmica, acolhedora e multicultural. Este artigo tem como objetivo apresentar de forma didática as continuidades e descontinuidades culturais vivenciadas por Tel Dor ao longo dos séculos, explorando suas ocupações por canaanitas, “Povos do Mar”, israelitas, fenícios, assírios, persas, gregos e romanos. Buscamos também fornecer um breve histórico das escavações arqueológicas que destacaram a importância de Dor no contexto local e regional do Mediterrâneo Oriental. Para isso, consultamos documentos escritos, relatórios de escavações e escavações no próprio sítio. As descobertas arqueológicas em Tel Dor, combinadas com a diversidade de fontes, oferecem uma compreensão abrangente das influências culturais que moldaram esse local, sendo percebido como um microcosmo significativo de diversidade cultural ao longo dos séculos no Mediterrâneo Oriental. Por fim, reservamos algumas palavras ao Museu Mizgaga, parceiro do sítio arqueológico desde a década de 1980, que desempenha um papel vital na preservação e exposição do material arqueológico resultante das escavações subaquáticas e da área do Tel.</p>Vagner Carvalheiro Porto
Copyright (c) 2023 Vagner Carvalheiro Porto
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2023-12-312023-12-3122285110.29327/2345891.11.22-4Tasos e a pequena ilha de Thasopoula
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/42434
<p>Este artigo visa apresentar um estudo de caso da ilhota de Thasopoula, uma pequena ilha localizada no Norte do Egeu, próxima à ilha de Tasos. Desde o período arcaico, essa pequena ilha mantém uma forte conexão estratégica com a região do Norte do Egeu. Buscamos, por meio da análise dos vestígios materiais encontrados nos relatórios de escavação da ilhota, explorar questões relacionadas à dinâmica humana em ilhas de pequenas dimensões. Dessa maneira, procuramos problematizar os conceitos de não isolamento e a revelação de ilhas menos conhecidas, subordinadas ao domínio de ilhas maiores, utilizando os dados disponíveis. Para compreender a dinâmica local e regional das pequenas ilhas no Norte do Egeu, inserimos nossa discussão no âmbito das correntes teóricas emergentes no Mediterrâneo, especialmente aquelas que questionam o conceito de insularidade. A partir desses debates teóricos, observamos, em Thasopoula, a presença de elementos que sugerem uma conectividade e atividade intensa em níveis de interação não apenas local, mas também regional. Acreditamos que o fato de Thasopoula ser uma ilhota estrategicamente controlada lança luz sobre as áreas delimitadas pelos domínios de ilhas maiores, representando uma espécie de koiné regional para o controle de áreas estratégicas entre ilhas.</p>Juliana Figueira da Hora
Copyright (c) 2023 Juliana Figueira da Hora
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2023-12-312023-12-3122526410.29327/2345891.11.22-5Ecos da antiga Bizâncio
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/43507
<p>Antes de se ser remodelada e transformada em Constantinopla, a capital do Império Romano, Bizâncio era uma típica <em>pólis</em> litorânea que, mediante o comércio portuário, tornou-se economicamente próspera. Isso fez dela uma cidade vibrante, independente e multicultural. A localização favorável, os recursos abundantes e a expansão territorial fizeram de Bizâncio o ponto de cruzamento entre continentes, onde ocorriam intensas trocas comerciais, culturais e políticas. É pensando nessa Bizâncio que temos como objetivo, neste artigo, apresentar e discutir questões relativas à criação desta cidade portuária, sobretudo no que concerne à relação entre gregos e trácios na ocupação e desenvolvimento do sítio. Perseguiremos o intrigante questionamento da fundação ou formação de Bizâncio no Bósforo. Com isso, demonstraremos que sua memória se formou como um espaço multicultural e de reconstrução da identidade citadina. Para isso, reunimos diversos relatos de autores antigos, além de vestígios provindos da cultura material. Acreditamos que por sua localização fronteiriça, a imagem de Bizâncio oscilava entre dois polos e para assumir o controle do Bósforo e obter o apoio das demais póleis, os bizantinos precisaram solidificar sua identidade grega e atuar como uma espécie de benfeitora da <em>oikumene</em>. Mas, ao mesmo tempo, também precisaram lidar diplomaticamente com os grupos ditos bárbaros, isto é, os não-gregos.</p>João Carlos Furlani
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2023-12-312023-12-3122658410.29327/2345891.11.22-6Uma pólis periférica do mundo grego?
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/42369
<p>Neste artigo, apresentarei a materialidade da área urbana e do território de Pharos, a fundação da <em>pólis</em> de Paros, ilha do Mar Egeu, que ocorreu no início do século IV a.C. na ilha de Hvar, localizada na Dalmácia Central, uma das regiões do litoral da Croácia. A historiografia sobre a colonização grega considera a Dalmácia (e as <em>póleis</em> nessa área) como uma zona periférica da expansão dos gregos principalmente por ter ocorrido numa fase considerada de declínio desse fenômeno (final do período clássico e período helenístico). Contudo, as evidências materiais e literárias sobre Pharos mostram uma cidade grega típica do ponto de vista de sua organização física e política, muito conectada com sua metrópole, ainda que situada distante dos principais centros gregos do Mediterrâneo (Mar Egeu, Mar Jônico e Mar Tirreno).</p>Lilian de Angelo Laky
Copyright (c) 2023 Lilian de Angelo Laky
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2023-12-312023-12-31228510810.29327/2345891.11.22-7Alexandria Ptolomaica na perspectiva de uma História Global
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/42031
<p>Alexandria foi fundada no litoral mediterrânico egípcio pelo rei Alexandre III da Macedônia no início da sua campanha contra o Império Persa-Aquemênida (332/331 AEC). Nas décadas seguintes, a cidade litorânea substituiu Mênfis como a sede do poder monárquico no Egito. Seu desenvolvimento reconfigurou a dinâmica urbana e política no antigo território nilótico e formalizou a presença grega no Delta, nesse momento por meio de sua inserção também no comando egípcio. Em diálogo com as recentes perspectivas da História Global, a expectativa do presente artigo é repensar a história de Alexandria discutindo de que forma a fundação e história inicial da cidade a tornaram um local propício à mobilidade e entrelaçamentos.</p>Joana Campos Climaco
Copyright (c) 2023 Joana Campos Climaco
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2023-12-312023-12-312210913510.29327/2345891.11.22-8O passado e o presente de Cádiz e da Turdetânia na 'Geografia' de Estrabão
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/41970
<p>O processo de integração no Mediterrâneo Antigo representa um fenômeno complexo e multifacetado, cujos contornos são revelados tanto por fontes arqueológicas quanto materiais. O presente artigo tem como objetivo refletir justamente sobre esse processo a partir de uma análise da obra <em>Geografia</em>, de Estrabão (séc. I a.C.), descrevendo o espaço da Turdetânia e a cidade de Cádiz. Com uma leitura detalhada do livro III desta obra, pretende-se oferecer uma visão alternativa ao papel da cidade gaditana, aos olhos de Estrabão e de outras fontes escritas contemporâneas, nas transformações observadas no espaço da Turdetânia. Defende-se que, em vez de ser um paradigma para o estudo da romanização, como defendem alguns autores, tanto Cádiz quanto a Turdetânia podem ser lidas como modelos de um mundo em integração muito antes da chegada dos romanos, sendo tal cidade um agente central desse processo.</p>Bruno dos Santos Silva
Copyright (c) 2023 Bruno dos Santos Silva
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2023-12-312023-12-312213615910.29327/2345891.11.22-9Sociabilidades construídas
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/41982
<p>Os conhecimentos sobre <em>Bracara Augusta</em> foram possibilitados, em grande medida, pelo desenvolvimento de atividades arqueológicas sistemáticas nas últimas décadas. Com efeito, a valorização dos dados arqueológicos provenientes de escavações realizadas em cidades provinciais permitiu a ampliação dos estudos sobre o mundo romano para além dos limites espaciais que a documentação textual proporciona. Nesse sentido, tentaremos analisar as formas como os habitantes mais proeminentes da cidade atuaram por meio da materialidade construída e consumida por esses grupos, como um indicativo do modo que as elites buscaram afirmar e manter os seus status perante seus pares e os demais habitantes do conuentus <em>bracaraugustanus</em>.</p>Diego MachadoFernanda Magalhães
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2023-12-312023-12-312216018510.29327/2345891.11.22-10A paisagem mortuária romana e suas relações familiares sob a ótica de Sêneca (62 d.C.)
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/41997
<p>A sociedade romana comungava práticas de sepultamentos que se destinavam ao respeito aos mortos e à perpetuação de seus nomes na paisagem sagrada das necrópoles. Construídas nas vias de acesso das cidades, podemos percorrer, ainda, hoje, inúmeros sítios arqueológicos que presenteiam os visitantes com estruturas monumentais de sepulturas, as quais relacionam-se aos diferentes interesses e práticas sociais. Com isso em mente, este artigo tem como objetivo compreender as práticas mortuárias e suas relações com a memória a partir da paisagem funerária e das relações familiares no lógos filosófico de Lúcio Aneu Sêneca. Em diálogo com os vestígios materiais, pretende-se investigar o impacto da morte na corte neroniana à época de 62 d.C. A partir daí, serão traçadas reflexões acerca dos comportamentos aristocráticos em relação à família e ao luto e, dessa forma, ao analisar a prática da uirtus, compreender-se-á a criação de normas de condutas para a expressão pública da dor e a inserção de dimensões mais particulares e emocionais no modo como se lembravam dos mortos sob a perspectiva de Sêneca.</p>Luciane Munhoz de OmenaDyeenmes Procópio de Carvalho
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2023-12-312023-12-312218620710.29327/2345891.11.22-11Transformação urbana, episcopado e hagiografia em Arles (séc. IV-VI)
https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/42048
<p>Este artigo explora o amplo tema da relação entre transformação urbana e liderança episcopal nos séculos V e VI, com enfoque na cidade de Arles. Depois de apresentar uma visão geral da trajetória de Arles, naquilo que diz respeito à sua centralidade econômica, importância política e crescente liderança eclesiástica regional, recorremos à <em>Vita Caesarii Arelatensis</em> para analisar a relação entre referências espaciais e poder episcopal no caso de Cesário de Arles. Trata-se de uma hagiografia dedicada ao bispo e produzida em fins dos anos 540, que tem grande repercussão nos estudos históricos. Com base em uma comparação com as hagiografias de bispos precedentes, argumentamos que a maneira como a <em>Vita Caesarii</em> aborda o espaço e a memória indica uma mudança significativa na forma como o poder episcopal foi exercido entre a primeira década do século V e a metade do século VI, especialmente durante o bispado de Cesário (502-542).</p>Paulo Duarte SilvaJoão Victor Machado da Silva
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2023-12-312023-12-312220823310.29327/2345891.11.22-12