Estratégias na construção das identidades de gênero: pensando a experiência das “paneleiras de Goiabeiras”

Autores

  • Ana Maria Rocha Cordeiro PGCS - UFES

Resumo

Às margens do manguezal que margeia Goiabeiras Velha, bairro de Vitória, capital do Espírito Santo, um grupo de artesãos fabrica panelas de barro de modo “tradicional”. O saber indígena foi herdado desde os tempos da colonização, apropriado por colonos escravos, e desde então é passado de geração em geração. Depois de designado como Patrimônio Cultural Brasileiro, deixou de ser um saber local, produzido em pequena escala e para uso familiar, transformando-se em um símbolo regional turístico consumido em maior escala. Este pode ser considerado resultado de um processo dinâmico, uma vez que ultrapassa as barreiras internas do próprio grupo, hoje reconhecido como “Paneleiras de Goiabeiras”. À luz da teoria e metodologia antropológicas, a presente pesquisa busca investigar o modo como essa nova identidade – a de paneleira – se constitui, se reafirma e se relaciona enquanto detentora de um saber que se propaga há séculos. Parto da ideia que a relação das paneleiras com o fruto de seu saber, a panela de barro, se consolida no momento mesmo da modelagem, na utilização dos objetos que reificam seu próprio fazer, o que nos permite discutir os movimentos de trocas material e simbólicas durante a construção histórica que contribuiu decisivamente para sua atual configuração e ressignificação de sentidos.

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Seção

Estudos socioambientais, culturas e identidades