Os caminhos do amor: reflexões sobre o Hino a Vénus no De Rerum Natura de Lucrécio
DOI:
https://doi.org/10.47456/sofia.v3i1.8096Resumo
Quais os caminhos do amor? Esta é a questão sobre a qual nos propomos reflectir, junto do De Rerum Natura de Lucrécio (séc. I a.C.), mais precisamente, do Hino a Vénus aí presente. Atentando na resposta do poeta/filósofo romano, descobriremos dois caminhos do amor, os quais se manifestarão nas faces de uma Vénus janicular, de uma deusa dividida entre o amor impessoal, programado mecanicamente pela Natureza, e o amor pessoal pejado de ilusões que colocam em risco a aponia e a ataraxia propugnadas pela doutrina epicurista adoptada por Lucrécio. Neste percurso que sugerimos, daremos conta das lutas interiores do autor que, pretendendo combater os seus medos, opta por uma visão fria, “científica”, mas previsível, do amor, em detrimento de um amor-ilusão, contingente, logo incontrolável. Possibilitaremos, porém, a Lucrécio, através da doutrina do clinamen, a abertura para o amor como liberdade e criatividade, que é afinal o amor humano.
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