Cooperação antagônica e dupla articulação dependente: a dinâmica da luta de classes no Brasil

Autores

  • Cristiane Luiza Sabino Souza Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.22422/2238-1856.2017v17n34p485-510

Resumo

Este artigo traz para o debate de um referencial teórico peculiar sobre o movimento do capital na América Latina.  Dialogicamente, nos apropriamos de parte das contribuições de dois intelectuais brasileiros que,  partindo da tradição marxiana, do rigor do método e da práxis, partiram da realidade concreta vivida em seus territórios e  contra  as  interpretações da hegemonia intelectual da década de 1960, para renovarem as interpretações sobre tal realidade, num território submerso nas paisagens históricas do subdesenvolvimento, ou capitalismo dependente. Buscamos explicitar a atualidade das contribuições de Florestan Fernandes e Ruy Mauro Marini para a compreensão da realidade no capitalismo dependente. As categorias dupla articulação dependente (Fernandes) e cooperação antagônica (Marini) são apresentadas em diálogo, de modo a evidenciar sua proximidade para a compreensão das contradições de classe sob a dependência estrutural. Por fim, traremos elementos de análise da conjuntura atual, com vistas a corroborar a centralidade das teses destes autores sobre a dependência latinoamericana.

 

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Biografia do Autor

Cristiane Luiza Sabino Souza, Universidade Federal do Espírito Santo

Assistente Social  formada pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Mestranda em Política Social pela Universidade Federal do Espírito Santo.

Referências

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Publicado

29-12-2017

Como Citar

Souza, C. L. S. (2017). Cooperação antagônica e dupla articulação dependente: a dinâmica da luta de classes no Brasil. Temporalis, 17(34), 485–510. https://doi.org/10.22422/2238-1856.2017v17n34p485-510